Estou encerrado no círculo maligno;
os sinais que aprendo são
do tipo negativo: a poluição,
o teor de sais de chumbo no rio de
sangue,
a morte dos peixes
nos canais, as paredes vazias
por onde deslizam olhos que perderam…
Tudo o que se abate e me abate
encontra-se no solo,
o lento inocular da doença, o vírus
que avança num espaço que deveria ser
- foi – livre e descuidado.
Examino assim o cavername exposto,
a topografia reveladora de uma realidade
bombardeada
e, ao longe,
o mugido do mar, o lamento da névoa
são um frito de sombra, crispação
de chuva
Não há nada a fazer. Ombro ao caminho.
Egito
Gonçalves em Luz Vegetal
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