Dado que três
viajantes deste Cais, gostaram de ouvir António dos Santos, e porque Luís Miguel
Mira me pediu uma rectificação sobre essa história de António dos Santos
lembrar-lhe Tom Paxton, volto a António dos Santos.
O que Luís
Miguel Mira disse naquela noite de Junho foi que o António dos Santos era o
«Tom Paxton do fado» e não o «Tom Paxton português», porque, quando ouvia
António dos Santos, lembrava-se sempre do Tom Paxton, qualquer coisa que sentia
dentro de si: o tom da voz, as breves paragens, a maneira como se prolongam
algumas frases, algumas palavras, o silêncio que sentia por detrás de tudo
isso.
Pediu, também,
que fossem publicadas mais uma ou duas
canções do António dos Santos e, ao mesmo tempo, Every time do Tom Paxton,
numa tentativa de se perceber o porquê da sua afirmação.
A 13 de Julho
de 1980, um domingo, Tom Paxton esteve na Festa do Avante.
Concerto para
milhares e milhares de pessoas. Mas não estavam ali por sua causa, antes pela
embaixada brasileira que depois dele actuaria.
Tom Paxton
cantou às 21,00 horas, antes daqueles que o povo queria ouvir, a tal embaixada
brasileira com Chico Buarque, mais Edú Lobo, MPB4 e Simone, esta um tremendo erro
de casting e. ainda hoje, estou para saber das razões que levaram, quem quem
que fosse, a incluí-la naquele espectáculo.
Anos
passados, num daqueles ciclos de Os Caminhos da Folk, que o Ruben de
Carvalho organizou na CulturGest, eu e o Luís Mira, no final de uma das sessões,
fomos falar com o Ruben e o Luís Mira aproveitou para lhe dizer que por causa
dos brasileiros, nem um encore permitiram ao Tom Paxton e o Ruben ia
começar umas histórias, disse ele «giras», sobre esse concerto do Tom Paxton, mas o aparecimento de uma
simpática velhinha, a exigir um autógrafo no bilhete, e o imediato
aparecimento de um grupo, que o Ruben designou
como o «Clã dos Olivais», deu-nos para, claramente perceber que a conversa
acabara ali, e arrancámos para uns fininhos.
Legenda: pormenor do Programa da Festa do Avante de 1980.
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