Não é possível mais a solidão.
Ainda que apartados do amor e dos amigos,
ainda que, por sombras não,
por grossos muros separados,
longe do lugar da festa e do tempo dos trigos.
Ah!, vive o nosso coração
dum sangue sem igual,
e em cada coração se continua
numa ponte de ferro matinal.
Seja um deserto mesmo sem areia,
sejam noites escuras sobre noites
sem a promessa doutras noites de lua cheia,
seja uma ilha ou o segredo sem um passo
do mais vigiado e longínquo forte.
Não é possível mais a solidão.
Não mais é possível a morte.
José Carlos de
Vasconcelos em Corpo de Esperança
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