Há 60 anos, um grupo de guerrilheiros desencadeia uma série de acções
em Luanda, como o assalto a prisões para libertar presos políticos.
O MPLA considera esta data o início da luta armada pela independência
de Angola.
O « annus horribilis» de Salazar começara a 21 de Janeiro com o assalto
ao paquete Santa Maria.
A 16 de Janeiro, Salazar dirá ao país:
«O Santa Maria está connosco! Obrigado, Portugueses!»
Antes, Salazar, no salão nobre do paquete, esteve reunido com o comandante, oficiais, criados e outros elementos de bordo.
A propaganda realçou a saudação de um criado negro que lhe disse:
«Estou feliz, Sr. Presidente. Voltámos a Portugal! Deus nos levou…
Deus nos trouxe.»
O repórter vinca a ideia de que Salazar estava «profundamente emocionado».
A 4 de Março chegam a Lisboa os corpos dos militares e guardas da P.S.P
que, no dia 4 de Fevereiro, tombaram no ataque às prisões de Luanda.
Uma vez mais, a propaganda do regime dirá aos portugueses:
«Portugal inteiro chorou os seus mortos, vítimas do cumprimento do
dever. Mas no sangue derramado desses mortos, desses heróis, se cimentou mais
ainda a perenidade da Pátria e a união indestrutível de todos os portugueses.»
Dias depois, o Ministro da Marinha almirante Quintanilha Mendonça Dias,
num banquete oferecido aos adidos navais
acreditados em Portugal, deixou um aviso:
«Não é só Portugal que está em perigo é a civilização ocidental que corre
perigo, e de morte.»
Em Abri,l Salazar passa também a exercer as funções de Ministro da Defesa Nacional e no dia 13 proferirá a frase histórica:
«Andar ràpidamente e em força é o objectivo que vai pôr à prova a nossa capacidade de decisão.»
Mas o «Annus horribili» de Salazar conhecerá outros registos:
A 16 de Dezembro, Nehru determina a invasão de Goa, Damão e Diu:
Na noite de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro acontece o
assalto ao Quartel de Beja.
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