11 de Maio de 1968
Descobri
ontem (suponho) que o meu agravamento gástrico está relacionado com os cigarros
de folha de tabaco que ultimamente uso. Os de papel faziam-me bastante mal aos
brônquios (catarreira, etc.), o que estes monoraram imenso. Mas deixam um
depósito escuro na língua, que degluto. Está claro, e vai incidir no tubo digestivo.
Volto ao papel: mais vale tosse que dor. Tudo é morrer – mas viva o conforto!
Eis-nos de acordo ao desacordo.
Que
é tudo isto senão a presença, já palpável da morte? Há quem a adorne e quem a
desadorne. Quem a almofade e quem a desalmofade. Quem se «esconda» dela
increpando a companhia que tem. Tudo é morrer, que importa? Mas há quem se
importe, e é o diabo! Ao menos é-se pessoal e intransmissível nisso… Que bom!
Que lindo!
Mário
Sacramento em Diário
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