Dito
já que começaram as iniciativas que visam
registar o centenário do nascimento de José Saramago, acrescenta-se que irei
pegando num qualquer livro de José Saramago e copiarei dele uma frase, um
parágrafo, aquilo que constitui os milhares de sublinhados que, ao longo
dos muitos anos de leituras, invadiram os livros de José Saramago que habitam
a Biblioteca da Casa.
Nas conversas que José Saramago manteve com Carlos Reis, fala de um seu livro que nunca foi publicado e que se seguiu à “Terra do Pecado”:
José Saramago acabou de escrever Claraboia no
dia 5 de Janeiro de 1953.
Era o seu segundo romance e entregou-o a um amigo que o levou à Notícias
Editora que não lhe dedicou qualquer tipo de atenção.
Encafuado nas prateleiras de um qualquer
armazém, foi descoberto já Saramago atingira a relevância que se reconhece.
Mostraram interesse em publicá-lo.
Saramago recusou e recuperou o manuscrito mas, enquanto fosse vivo, não quis
que o livro fosse publicado.
A sua publicação ocorreu em Setembro de
2011.
Aprendi a ver mais longe que a sola destes sapatos, aprendi que, por detrás desta vida desgraçada que os homens levam, há um grande ideal, uma grande esperança. Aprendi que a vida de cada um de nós deve ser orientada por essa esperança e por esse ideal. E que se há gente que não sente assim, é porque morreu antes de nascer.»
«No meu entender, as mulheres bonitas não querem amar, querem ser amadas.»
«Talvez agora o seu amor fosse maior, porque já não se alimentava de perfeições
reais ou imaginárias.»
«Ter não é possuir. Pode ter-se aquilo
que se não deseja. A posse é o ter e o desfrutar o que se tem.»
«O cigarro fazia parte de uma complicada rede de atitudes, palavras e
gestos, todos com o mesmo objetivo: impressionar.»
«Os três estavam contentes, tinham aquele sorriso de olhos que vale por todos
os sorrisos de dentes e lábios.«
«Ouviu-se um suspiro: Rosália atingira o êxtase, o intermédio lírico terminara.
Das altas regiões da adoração, desceu ao prosaísmo terrestre.»
«Quando Maria Cláudia entrou... as sombras da cozinha saíram.»
«O que eu queria é que a sua preocupação de fugir a prisões não o levasse a
ficar prisioneiro de si mesmo, do seu cepticismo.»
«- Vivemos entre os homens, ajudemos os homens.
-E que faz o senhor para isso?
- Conserto-lhes os sapatos, já que nada
mais posso fazer agora»
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