Dito
já que começaram as iniciativas que visam
registar o centenário do nascimento de José Saramago, acrescenta-se que irei
pegando num qualquer livro de José Saramago e copiarei dele uma frase, um
parágrafo, aquilo que constitui os milhares de sublinhados que, ao longo
dos muitos anos de leituras, invadiram os livros de José Saramago que habitam
a Biblioteca da Casa.
As voltas dos sublinhados de hoje,
inclinaram-se para A Segunda Vida de Francisco
de Assis.
Terceira
incursão de Saramago pelo Teatro e foi uma solicitação
da companhia Novo Grupo a José
Saramago, dando seguimento à ideia da companhia de, em cada temporada,
encomendar um texto dramático a um autor português.
São Francisco de Assis regressa para uma
segunda vida e encontra a sua Ordem transformada numa grande e lucrativa
empresa.
Os erros que cometermos serão erros de
quem nasce, não de quem morre. Reconsideremos tudo. Examinarei convosco…
(Página 56)
Nunca ouviste o ditado: «Num lado se põe
o ramo, no outro se vende o vinho»? Nunca ouviste?
(Página 101)
Imagino que a faculdade de falar foi
dada ao homem para que ele nunc pudesse ter paz.
(Página 112)
Agora vou lutar contra a pobreza. É a pobreza que dever ser eliminada do
mundo. A pobreza não é santa. Tantos séculos para compreender isto.
(Página 131)
Na contra
capa do livro:
O que o lobo
disse a S. Francisco de Assis:
- Podes chamar-me irmão, se fazes gosto nisso, mas não me peças que trate eu a ovelha como se fosse minha irmã.
Da crítica ao espectáculo, feita por Fernando Midões, e publicada no Diário
Popular de 15 de Julho de 1987:
«Como bom ateu, ao autor escandalizaram-no sempre as faltas de respeito à
religião" – como eu entendo estas palavras de José Saramago!
Penso em Fátima, hoje por exemplo –malgré tout -, enquanto Saramago recorreu à
memória de uma sua visita à cidade de Assis e à imagem final de franciscanos de
hábito vestido ao “balcão das quinquilharias religiosas.”»
Legenda: Infanta gatinhando (pormenor) óleo sobre tela de José Santa-Bárbara. Faz parte de um conjunto de postais comprado, em Julho de 2008, aquando da Exposição José Saramago: A Consistência dos Sonhos, que esteve patente no Palácio da Ajuda.
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