terça-feira, 7 de dezembro de 2021

SUBLINHADOS SARAMAGUIANOS


Dito já que começaram as iniciativas que visam registar o centenário do nascimento de José Saramago, acrescenta-se que irei pegando num qualquer livro de José Saramago e copiarei dele uma frase, um parágrafo, aquilo que constitui os milhares de sublinhados que, ao longo dos muitos anos de leituras, invadiram os livros de José Saramago que habitam a  Biblioteca da Casa.

As voltas dos sublinhados de hoje, inclinaram-se para A Segunda Vida de Francisco de Assis.

Terceira incursão de Saramago pelo Teatro e foi uma solicitação da companhia Novo Grupo a José Saramago, dando seguimento à ideia da companhia de, em cada temporada, encomendar um texto dramático a um autor português.

São Francisco de Assis regressa para uma segunda vida e encontra a sua Ordem transformada numa grande e lucrativa empresa.

Os erros que cometermos serão erros de quem nasce, não de quem morre. Reconsideremos tudo. Examinarei convosco…

(Página 56)

Nunca ouviste o ditado: «Num lado se põe o ramo, no outro se vende o vinho»? Nunca ouviste?

(Página 101)

Imagino que a faculdade de falar foi dada ao homem para que ele nunc pudesse ter paz.

(Página 112)


Agora vou lutar contra a pobreza. É a pobreza que dever ser eliminada do mundo. A pobreza não é santa. Tantos séculos para compreender isto.

(Página 131)

Na contra capa do livro:

O que o lobo disse a S. Francisco de Assis:

- Podes chamar-me irmão, se fazes gosto nisso, mas não me peças que trate eu a ovelha como se fosse minha irmã.


Da crítica ao espectáculo, feita por Fernando Midões, e publicada no Diário Popular de 15 de Julho de 1987:

«Como bom ateu, ao autor escandalizaram-no sempre as faltas de respeito à religião" – como eu entendo estas palavras de José Saramago!
Penso em Fátima, hoje por exemplo –malgré tout -, enquanto Saramago recorreu à memória de uma sua visita à cidade de Assis e à imagem final de franciscanos de hábito vestido ao “balcão das quinquilharias religiosas.”»

Legenda: Infanta gatinhando (pormenor) óleo sobre tela de José Santa-Bárbara. Faz parte de um conjunto de postais comprado, em Julho de 2008, aquando da Exposição José Saramago: A Consistência dos Sonhos, que esteve patente no Palácio da Ajuda. 

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