Hoje ocorrem 200 anos sobre o nascimento de Richard Wagner e uma vez mais às voltas com os meus problemas com a pessoa e a sua música.
Gosto de algumas peças mas o que, no fundo, preferia
era não gostar de Richard Wagner.
Um pouco como o maestro judeu Leonard Bernstein: odeio
Wagner, mas odeio-o de joelhos, ou a frase de Woody Allen cada
vez que ouço Wagner fico com vontade de invadir a Polónia, ou ainda Eduardo Rincón porque a vida do homem é inseparável da arte que produz, e a de Wagner não é simples, nem pouco mais ou menos.
As coisas são assim mesmo...
O
Holandês Voador, Rienzi, Tannhauser, Lohengrin, Tristão e Isolda, Parsifal,
algumas mais.
Pois é...
Duzentos anos é muito tempo, mas as suas relações de
proximidade com a Alemanha Nazi, embrulham-se, desesperadamente, com a música
que compôs.
Katharina Wagner, bisneta do compositor e codiretora
do Festival de Bayreuth, Entretanto, em entrevista anunciou que, por ocasião do
bicentenário, irá disponibilizar documentos que ajudarão a compreender a
relação da sua família com o poder nazi. Essas fontes, que herdou de seu pai,
Wolfgang, serão entregues ao Arquivo do "Land" da Baviera para que
possa assim "dar aos investigadores a possibilidade de aceder" ao
passado da sua família e da sua relação com Hitler. A avó de Katharina, a inglesa
Winifred Wagner (casada com Siegfried, filho de Richard), foi logo desde os
anos 20 uma apoiante incondicional de Hitler (o qual era visita frequente da
família) e transformou o Festival de Bayreuth numa montra cultural do regime
nazi..
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