O coelhinho, quinzenalmente, no JL,
filosofa com Jorge Listopad.
Deu-lhe há uns tempos para, em relação a Fátima,
referir a exploração do trabalho infantil
Há males que vêm por bem, confiou-me o coelhinho, e
continuou: Vejamos, se os três pastorinhos não fossem obrigados ao trabalho
infantil (pastorícia), é duvidoso que a N.S. aparecesse assim, sem mais nem
menos, na escola que a Lúcia, o Francisco e a Jacinta devessem freqüentar.
Esta fotografia foi publicada, no Diário
de Notícais de 10 de Maio de 1967, com a seguinte legenda:
Ainda hoje, nos caminhos que vão dar a Fátima
encontramos pequenos pastores apascentando os rebanhos. Altar do Mundo, a Cova
da Iria é também o altar da humanidade.
Há aquele dito popular:
O trabalho do menino é pouco mas quem o perde é louco.
Maio de 1967.
Por muitos e muitos mais anos, crianças continuaram apascentando os
seus rebanhos.
E não só!...
Há alguns anos atrás, falta-me a data exacta, um conhecido locutor de
rádio e televisão, de que não me apetece escrever o nome, disse:
Eu comecei a trabalhar aos quinze anos e cheguei onde
cheguei… Para que é que anda aí toda a gente a protestar contra o trabalho
infantil?
Mais ou menos pelo mesmo tempo, um director de empresa que, explorava o
mão-de-obra infantil, justificava-se:
São os próprios pais que nos pedem para lhes darmos
trabalho, para que não andem por aí e se percam na droga.
Por trabalho...
Paulo VI chegou ao Santuário de Fátima num sábado
.
Dias antes o Diário de Lisboa
publicava a notícia de que Salazar, por esse motivo, decretara feriado
nacional.
Para quem não saiba, ou se tenha esquecido, nesse tempo a esmagadora
maioria dos portugueses, trabalhavam todo o dia de sábado.
Sem comentários:
Enviar um comentário