lA 27 de Agosto de 1950, Cesare Pavese suicidava-se num hotel de Turim.
Faria 42 anos no dia 9 de Setembro.
O primeiro livro que li de Pavese foi A Praia, na velha – e tão importante! -
Colecção de Bolso da Portugália Editora, o menos político dos romances de
Pavese. Gostei tanto que o estava a reler umas três semanas depois para, como sempre,
descobrir coisas que me tinham falhado na primeira leitura.
Quando, mais tarde, li Ofício de Viver, dei por mim a murmurar:
Como foi possível?
Mas as razões, cruas e sofridas, estão todas espalhadas
pelas suas 389 páginas.
Um comunista solitário,uma intensa vida política e cultural,
começou a escrever Ofício de Viver no
dia 6 de Outubro de 1935, quando vivia em prisão domiciliária por actividades
anti-fascistas mas que mais não tinham sido do que ter escondido umas cartas a
pedido de uma mulher que amava, e terminou-o no dia 18 de Agosto de 1950.
Algum tempo antes, 23 de Março de 1938, já deixara
escrito:
«Nunca, a ninguém,
falta uma boa razão para se matar.»
A 25 de Março de 1949:
«Ninguém se suicida por amor de uma mulher.»
São muitas as mulheres que passaram pela vida de Pavese.
Ou não as compreendeu ou o contrário. É toda uma angústia que o acompanha e o
marca em cada dia.
A actriz Constance Dowling, foi a sua a última
paixão.
Por ela, Pavese suicidou-se.
Quando Soube da sua morte, Constance comentou:
«Eu não sabia que ele era um escritor famoso.»
Será Ofício deViver o livro de Pavese que nos vai acompanhar pelos tempos mais
próximos.
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