Este livro, Fruta Tocada por Falta de Jardineiro, de Jorge Listopad, editado pela Quasi, é o
1º volume que reúne a sua prosa publicada ao longo dos anos.
A saber:
Tristão ou a Traição de um Intelectual
Contos Carcomidos
Estreitamento Progressivo
Primeiro Testamento
Secos e Molhados.
Não tenho
notícia de que tenham existido mais volumes a reunir a restante prosa.
Como seríamos
felizes se tivéssemos ao nosso dispor aqueles diários que Listopad fazia
publicar na última página do «JL», mais as histórias do seu Coelinho.
Conta a lenda
que Listopad, chegado ao Porto vindo de Praga, ou de Paris, ou de todo o lado, aprendeu português em escassíssimos meses lendo O Crime do Padre
Amaro do Eça de Queiroz.
Agustina
Bessa-Luís escreveu, para este livro, o prefácio e arranca definitiva:
« Falar de Jorge Listopad é para mim falar do porto.
Foi lá que o conheci, e onde começámos uma amizade que o humor não permitiu que
o tempo ofuscasse. O humor é, nas pessoas, um elemento terrivelmente
desconhecido. Pode unir um povo inteiro como o não fazem os costumes e a
própria língua.»
E mais vai
dizendo que «não há como um humorista para ser poeta; delicioso e autêntico
poeta. Em geral não gosto daqueles poetas a quem, como dizia Nietzche, a dor
faz cacarejar como as galinhas. Nos autênticos poetas, o humor é prova duma
desilusão profunda. Algo que, por subtil, não tem nome, nem aspecto. É uma
sombra da dor, mas não é dor. É como o nome de Tristão – só é triste porque foi
nomeado na tristeza».
Para,
definitiva, acabar por escrever:
«O melhor de Listopad são os pequenos textos, questão
de gostos.»
Legenda: contra capa de Fruta Tocada por Falta de Jardineiro
Legenda: contra capa de Fruta Tocada por Falta de Jardineiro
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