O pior que nós, escritores é que estamos sempre à procura de frases
interessantes e quando nos fazem perguntas complicadas tentamos procurar uma
resposta que seja, ou que possa parecer, original, inteligente, e até
divertida. Mas é verdade que eu disse: «Vivemos para dizer quem somos», e
disse-o com toda a seriedade do mundo, mas também é certo que, provavelmente, tratava-se
afinal de uma tentativa de disfarçar a impossibilidade de dizer quem somos e
para que vivemos, porque provavelmente, vivemos porque vivemos, sem mais. Quer
dizer então que não têm sentido as referidas frases? Claro que têm?
José Saramago em O Amor Possível de Juan Arias
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