Construir a
cidade e dá-la a toda gente.
Lisboa é uma
cidade que vê com os pés. «andando pensa-se melhor do que sentado», diz o João
Botelho
«O que há em
Lisboa?» pergunta Bogart na tela da sala escura.
Lisboa de
Cesário Verde, «nas nossas ruas, ao anoitecer, há tal soturnidade, há tal
melancolia», Lisboa de José Gomes Ferreira, Lisboa do Armindo «decerto esta é a
mais bela cidade de todas as cidades do mundo, e hoje toda a cidade me fala de
ti», Lisboa de Eugénio de Andrade «alguém diz com lentidão: Lisboa, sabes…».
Lisboa de António de Sousa «de mal te conhecer é que eu sofria, cidade clara em
tuas sete colinas!», Lisboa «cidade branca» de Tanner. Ou Fernando Assis
Pacheco: «se fosse Deus parava o sol sobre Lisboa», Lisboa que «cheira aos
cafés do Rossio, cheira a castanha assada se faz frio. A fruta madura quando é
Verão». Lisboa de José Cardoso Pires,
«logo a abrir, pareces-me pousada sobre o Tejo como uma cidade de navegar»,
Lisboa de José Saramago, Lisboa de José Rodrigues Miguéis, Lisboa de Alexandre
O’Neill «se uma gaivota viesse trazer-me o céu de Lisboa», a «Lisboa menina e moça de Ary dos Santos»,
Lisboa de tanta e tanta gente, «chamar-te a ti Lisboa camarada e depois eu sei
lá enlouquecer», para citar Joaquim Pessoa, lembrar Desfado da Ana Moura e,
hoje, por aqui ficar.
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