O Livro do Meio
Armando Silva Carvalho e Maria Velho da
Costa
Capa: José Serrão
Editorial Caminho, Lisboa, Novembro de 2006
O dia hoje foi
curto. Tentar absorver a absorvência da pequena J. Ela comunica por
gestualidade e sons, uns mais competentes que outros. Na amizade é preciso
traduzir. Revejo-me nela.
A M.G. veio
chorara um pouco a morte do Pluma, o cão de família que foi dela e do João
César Monteiro, já velho e incontinente. Diz a Agustina que as pessoas que amam
os cães são as mais egoístas sobre a terra. E ela gosta de cães. Porque os cães
são uns mestres de zelar pelo que é teu, a família, os bens, as emoções
profundas, mesmo quando tu te desleixas ou adoeces? Lobo da decência e da perseverança, o cão. Causa amante, contra toda a evidência, um
cão.
Ars longa, vita brevis. Sobretudo a dos
cães.
Tenho medo de quem
tem medo dos cães.
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