CAIS DO OLHAR
quinta-feira, 22 de junho de 2017
PEDRÓGÃO, UMA RAIVA SEM FIM
Quem são os responsáveis pela floresta em mancha contínua de pinheiro ou eucalipto? (E agora parece que já não lhes serve esse eucalipto…) Quem sacudiu os povos dos baldios do que era seu, para lá pôr pinheiro? Quem defendeu uma política agrícola de liquidação da pequena agricultura para lá pôr eucalipto? E o problema é que acham, continuam a achar, depois de tudo o que aconteceu, e do que vai acontecer ainda, que estão com o passo certo… E, contrariamente à bem conhecida anedota, sabem que não vão com o passo trocado, mas a toque de caixa de quem considera a floresta portuguesa o seu banco Fort Knox! A quem devem preito de menagem…
Dizemos isto, mas não nos sai da boca este sabor a raiva e lama, a raiva e carvão negro, a raiva e a um infinito lamento… Eram as horas certas em todos os relógios (perdoa-me Garcia Lorca), mas nos nossos relógios só podem rimar a raiva e a dor pelo que não podia ter acontecido… no sábado 17 de Junho de 2017, em Pedrógão Grande.
Que raiva e dornão poder fazer nada, quando tanto podia ter sido feito!
Agostinho Lopes
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