O disco em que andávamos a trabalhar acabou mesmo por se chamar New
Morning (o título de uma das canções que
eu compusera para a peça do MacLeish) e acabou por ter uma fotografia minha e
da Vickie. O disco de doze canções foi lançado e a onda de notícias começou a
aparecer. Alguns críticos acharam que o álbum não tinha vitalidade e era
sentimental, pobre de espírito. Pois sim. Outros cantaram glórias dizendo que o
«velho» estava finalmente de regresso. Já era tempo. Isso também não queria
dizer grande coisa. Tomei tudo como um bom sinal. Para ser exacto, o álbum em
si mesmo não tinha ressonância específica com as algemas e cadeados que andavam
a acorrentar o país, nada que ameaçasse o status quo. Tudo isto deu naquilo a que os críticos mais tarde chamariam o meu
«período intermédio» e em muitos campos, este disco foi referido como o álbum
de regresso – e foi. Seria o primeiro de muitos.
Bob Dylan em Crónicas
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