Foi durante este meu primeiro e inútil ano escolar universitário
(1925-1926) que se desencadeou a revolução normalmente designada por “28 de
Maio” ou, mais pomposamente por quem a aplaudiu, por “Revolução Nacional”. Foi
uma daquelas revoluções originais, de opereta, que talvez só em Portugal se
verifiquem, em que não se dão tiros nem se mata ninguém por já estar tudo a
cair de podre. As populações confraternizam, dão morras ao que estava e vivas
ao que chega. E o que chegou, na ocasião, foi um general em cima de um cavalo e
as tropas a marcharem atrás dele. Assim começou a 2ª República que em Portugal
se instalou durante quarenta e oito anos e cuja longevidade se deveu à entrada
em cena de um homem natural de Santa Comba Dão chamado Oliveira Salazar. Não
sei se vocês, meus queridos tetranetos, já alguma vez ouviram falar dele. Já
morreu.
Rómulo de Carvalho em
Memórias
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