sexta-feira, 21 de setembro de 2018

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No Prólogo que escreveu para Mulher de Porto Pim,Tabucchi explica o Post Scritum, uma baleia vê os homens, com que finaliza o livro e que colocámos como citação em Olhar as Capas:

«… o texto intitulado Uma baleia vê os homens, além do meu velho vício de espiar as coisas do outro lado, inspira-se sem dissimulação num poema de Carlos Drummond de Andrade, que, primeiro e melhor do que eu, soube ver os homens através dos olhos dolorosos de um lento animal. E a Drummond de Andrade é humildemente dedicado esse texto, também como recordação de uma tarde em Ipanema em que, em casa de Plínio Doyle, ele me falou da sua influência e do comete de Halley.»

O escritor catalão Enrique Vila-Matas disse sobre este interessantíssimo livro de Tabucchi:

«Toda a vida escrevi sobre a Mulher de Porto Pim, livro de cabeceira e artefacto literário que contemplo como se fosse um Moby Dick em miniatura. As suas menos de cem páginas são um bom exemplo de «livro de fronteira», um mecanismo feito de contos breves, fragmentos de memórias, diários de viagens metafísicas, notas pessoais, biografia e suicídio de Antero de Quental, fragmentos de uma história ouvida na coberta de um barco, mapas, bibliografia, bizarros textos jurídicos, canções de amor: elementos que à primeira vista não têm nada a ver entre si, sobretudo com a literatura, mas que Antonio Tabucchi transformou em ficção pura. Um livro memorável.»

Legenda: Carlos Drummond de Andrade

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