quarta-feira, 5 de setembro de 2018

O PERFUME DO VERÃO


Deitámo-nos alegremente em leitos de juncos frescos.
Tinham podado há pouco as videiras e, sobre nós, os choupos
e ulmeiros murmuravam como a água que ali passava
vinda da gruta onde vivem as ninfas.
À sombra, mas quentes pelo sol, cantavam as cigarras e
sob as silvas coaxava uma rã. Ouviam-se
a cotovia e o pintassilgo, a rola arrulhava as abelhas,
douradas dançavam em volta da fonte.
Tudo cheirava ao tempo da fruta,
ao perfume do verão.

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