Há muito que os
políticos estão descredibilizados.
Hélas!
Uma série desses
ditos, tem feito tudo para que os cidadãos não lhes tenham respeito, neles
terem deixado de acreditar.
Por uns – e eles são
tantos! – pagam outros.
Sempre assim foi e não
há volta a dar.
O último triste exemplo
dá pelo nome de Manuel Pinho ex-ministro da economia de um governo de José
Sócrates.
Entre outras
variantes, Manuel Pinho é suspeito de ter recebido 15 mil euros mensais dessa
coisa tenebrosa que dava pelo nome de Grupo Espírito Santo, ao mesmo tempo que
recebia o respectivo vencimento ministerial.
A comunicação social
estranha que Manuel Pinho ainda não tenha dito nada sobre tão escabroso caso.
Mas dizer o quê?
Que é tudo mentira?
Que não passa de mais
uma cabala jornalística?
Manuel Pinho iniciou funções de ministro da Economia em Março de 2005
e, a partir de Outubro do ano seguinte, passou a acumular com as retribuições
deste cargo público uma quantia mensal de 14 963,94 euros paga pelo Grupo
Espírito Santo. A informação de tais transferências, de um saco azul do GES
para uma sociedade offshore de Manuel Pinho no Panamá, acaba de ser incorporada
no inquérito-crime onde são investigadas decisões do ex-ministro que custaram
ao Estado e valeram à EDP 1,2 mil milhões de euros.
Manuel Pinho
acabou por pedir a demissão de ministro quando, na Assembleia da República, num
episódio lamentável, desenhou com as mãos, um par de cornos ao deputado
comunista Bernardino Soares.
Uma atitude
miserável, desprezível que agora talvez se perceba melhor: o homem queria sair
da governação, não sabia bem como e resolveu-se pela ordinarice.
Recorde-se que Manuel Pinho foi administrador executivo do
Banco Espírito Santo de 1994 a 2005. Próximo
de Ricardo Salgado e membro da Comissão Executiva do BES, era igualmente
administrador de outras sociedades do GES até tomar posse como ministro.
«Em 10 de Março de 2005, cessei
a minha relação profissional com o BES/GES, uma vez que aceitei o
convite para integrar o XVII Governo.»
Terá , agora, que
prestar contas.
Mais um processo que
terá eventual resolução lá para as calendas gregas.
UMA RAPARIGA DO MEU
TEMPO
Françoise Hardy, aos
74 anos, lançou o seu 2º disco, Personne
d’Autre
Disse em tempos:
«Creio ter chegado ao ponto em que a inspiração não me visita com a frequência
indispensável. Teria de acontecer algo de verdadeiramente inesperado, quase
insólito, que me levasse a regressar aos estúdios. E também que houvesse um
forte sopro de energia, que me permitisse ultrapassar os problemas de saúde que
me afligem nestes tempos mais chegados.»
Mas são águas passadas.
Regressa como nunca.
O que levou João Gobern a desabafar:
«Não há ninguém como Françoise.»
Assino por baixo.
Legenda: o artigo de
Pedro Adão e Silva foi publicado no Expresso
de 28 de Abril de 2018.
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