Lagarta subindo devagar a encosta,
aqui da planície oiço o teu canto,
pressinto a fadiga da tua gente
- velho sustento de um corpo mole –
E o cheiro a sebo que te ilumina.
Enquanto espero sair desta prisão
mando o meu grito frouxo de crisálida
contra a tradição, a fome e a sede
comandando a esperança que não tens.
Desce lagarta!
E após o descanso de amanhã
subirás
voando as cores das tuas asas.
Marta Cristina de
Araújo em Poesia Portuguesa do Pós Guerra
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