sexta-feira, 18 de maio de 2018

NASCESTE TU ONDE OS CAVALOS BEBEM


Nasceste tu onde os cavalos bebem,
onde os rios se viram para o vento
e o vento um ao outro se perseguem
até ao nó do seu sustentamento.

Vieste de onde a noite se distingue
tão lentamente em cacto e amarelo;
de onde a papoila aberta não se finge
outra coisa que o grito, a paz e o selo

dos elementos limpos, da alegria
do silêncio acabado de nascer
- tal como tu, que estás na periferia

cheia de centro, e força de viver
a hora longa do primeiro dia
na humildade firme de aparecer.

Pedro Tamen em Tábua das Matérias

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