Nós que sofremos de mazelas crónicas
tão ocas como um stradivarius
e da a apatia febril das mnemónicas
circenses de requintes culinários
gostamos de basófias filarmónicas
de pompas fúnebres do ar dos
funcionários
públicos e suportamos as
mazelas crónicas
fazendo delas autênticos ovários
de onde irrompem embriões e fetos
discursos e chavelhos e essa melancolia
que os avós nos deixaram e vai prós nossos netos
apendicites honras truques burocracia
um trato ameno um trote quase certo
e tretas vigaristas
qualquer dia
Vasco Graça Moura em Poesia Portuguesa do Pós Guerra
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