- Severino retirante,
deixe agora que lhe diga:
Eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida.
Eu não conheço a resposta,
se quer mesmo que lhe diga.
É difícil defender,
só com palavras, a vida,
(ainda mais quando ela é
esta que vê, severina).
Mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espectáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
(que também se chama vida),
que ela mesmo, se fabrica,
vê-la surgir como há pouco
em nova flor explodida;
(Mesmo quando é tão pequena
a explosão ocorrida.
Mesmo quando é a explosão
como a de há pouco, franzina.
Mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.)
deixe agora que lhe diga:
Eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida.
Eu não conheço a resposta,
se quer mesmo que lhe diga.
É difícil defender,
só com palavras, a vida,
(ainda mais quando ela é
esta que vê, severina).
Mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espectáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
(que também se chama vida),
que ela mesmo, se fabrica,
vê-la surgir como há pouco
em nova flor explodida;
(Mesmo quando é tão pequena
a explosão ocorrida.
Mesmo quando é a explosão
como a de há pouco, franzina.
Mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.)
João Cabral de Melo Neto, final de Morte
e Vida Severina em Poemas Escolhidos
Sem comentários:
Enviar um comentário