Estamos sentados.
E nefelibatas bebemos coca-cola
nas públicas cadeiras da praça.
Sobre as envenenadas acácias
andorinhas geometrizam o azul do céu
e despercebidos passarinhos africanos
cantam nos verdes braços vegetais.
Num parque de cidade moçambicana
jovens discutem Brigitte Bardot
e abúlicas mãos tamborilam
no tampo da mesa fúteis dedos.
Um grupo de estivadores
vem do cais vestindo
serapilheiras
e passam a três metros e meio
das cómodas cadeiras da praça
Odes cantam nos ramos os bilo-bilana
e na surdina das tímidas meias palavras
e subentendidos silêncios
ansiosos todos esperamos
indolentes as flores
da nossa comum Primavera.
E nefelibatas bebemos coca-cola
nas públicas cadeiras da praça.
Sobre as envenenadas acácias
andorinhas geometrizam o azul do céu
e despercebidos passarinhos africanos
cantam nos verdes braços vegetais.
Num parque de cidade moçambicana
jovens discutem Brigitte Bardot
e abúlicas mãos tamborilam
no tampo da mesa fúteis dedos.
Um grupo de estivadores
vem do cais vestindo
serapilheiras
e passam a três metros e meio
das cómodas cadeiras da praça
Odes cantam nos ramos os bilo-bilana
e na surdina das tímidas meias palavras
e subentendidos silêncios
ansiosos todos esperamos
indolentes as flores
da nossa comum Primavera.
José Craveirinha
Legenda: desenho de Malagantana
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