Há filmes de que não fujo, mesmo sabendo que não valem a ponta de um corno, mas
que têm qualquer coisa que me desperta o interesse.
Os Amantes do Tejo, filme de 1955,
realizado por Henri Verneuil com Daniel Gélin,Trevor Howard e Françoise Arnoul,
é um desses filmes, um dramalhão de faca e alguidar, tirado dos folhetins do
«Tide».
Sinopse
fornecido pela Interfilmes:
«O francês Pierre Roubier após ser
julgado em França pelo assassinato de sua esposa, acaba tornando-se um
motorista de táxi em Lisboa. É neste ramo que Pierre conhece a sedutora Katleen
Dinver, uma viúva, e logo se apaixona perdidamente por ela. Mas Pierre descobre
que Katleen é suspeita de assassinar seu marido. Prestes a partirem juntos para
começar uma nova vida noutro lugar, a verdade separará os amantes para sempre».
Os exteriores
foram rodados em Lisboa e é essa Lisboa, de solidões e silêncios, que ainda
conheci, e que hoje, praticamente, já não existe, que me leva, sempre que
possível, a ver o filme.
Há cidades
que se fazem palavras e imagens.
Havia
polícias-sinaleiros, gritos de varinas e de ardinas, um rio repleto de
fragatas, sem ponte, sem Cristo-Rei, os eléctricos como transporte motivante da
cidade, ainda o bilhete operário, preço reduzido ida e volta e tinha de ser
adquirido entre as 5 e as 8 da manhã.
E tem Amália
Rodrigues a cantar o Barco Negro.
2 comentários:
Este BARCO NEGRO é de arrepiar.
Que dom.
É mesmo arrepiante, caro Seve.
E hoje, ainda existe gente que banaliza Amália Rodrigues.
Que fazer?
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