quarta-feira, 13 de maio de 2020

O QU'É QUE VAI NO PIOLHO?


Há filmes de que não fujo, mesmo sabendo que não valem a ponta de um corno, mas que têm qualquer coisa que me desperta o interesse.

Os Amantes do Tejo, filme de 1955, realizado por Henri Verneuil com Daniel Gélin,Trevor Howard e Françoise Arnoul, é um desses filmes, um dramalhão de faca e alguidar, tirado dos folhetins do «Tide».

Sinopse fornecido pela Interfilmes: 

«O francês Pierre Roubier após ser julgado em França pelo assassinato de sua esposa, acaba tornando-se um motorista de táxi em Lisboa. É neste ramo que Pierre conhece a sedutora Katleen Dinver, uma viúva, e logo se apaixona perdidamente por ela. Mas Pierre descobre que Katleen é suspeita de assassinar seu marido. Prestes a partirem juntos para começar uma nova vida noutro lugar, a verdade separará os amantes para sempre».

Os exteriores foram rodados em Lisboa e é essa Lisboa, de solidões e silêncios, que ainda conheci, e que hoje, praticamente, já não existe, que me leva, sempre que possível, a ver o filme.

Há cidades que se fazem palavras e imagens.

Havia polícias-sinaleiros, gritos de varinas e de ardinas, um rio repleto de fragatas, sem ponte, sem Cristo-Rei, os eléctricos como transporte motivante da cidade, ainda o bilhete operário, preço reduzido ida e volta e tinha de ser adquirido entre as 5 e as 8 da manhã.

E tem Amália Rodrigues a cantar o Barco Negro.


2 comentários:

Seve disse...

Este BARCO NEGRO é de arrepiar.
Que dom.

Sammy, o paquete disse...

É mesmo arrepiante, caro Seve.
E hoje, ainda existe gente que banaliza Amália Rodrigues.
Que fazer?