sexta-feira, 15 de maio de 2020

UM LIVRO INCONVENIENTE


O senhor major José de Sousa Chaves, aos 7 de Outubro de 1960, do alto da sua imensa ignorância e capachismo-mor, determinva que, por diversos aspectos, o livro O Manuscrito na Garrafa, da autoria de Daniel Filipe, não devia ser autorizado a a circular no País.

Esta gente era de uma ignorância gritante, de uma maldade rasteira.

Foram estes os polícias do nosso pensamento, da nossa liberdade.

Quase meio século de obscurantismo, uma luta desigual porque os que combatiam estes trastes, eram em reduzido número. Cantava-se que não havia machados que cortassem a raiz ao pensamento. As cantigas podem ajudar mas não eram armas.

E o tempo a crescer como um deserto, a dor, o desespero, a cólera.

Pegando no livro do Daniel Filipe e desenbocando, ao acaso, numa das páginas (52) que o major-palhaço entendia inconvenientes, pode ler-se:

«As mãos ganharam vida propria, correram-lhe o corpo, definiram-lhe os contornos, desnudaram-na. E, de novo, o quarto se encheu de rumores luminosos, de gemidod, de palavras ciciadas. E foram, uma vez mais, a Primeira Mulher e o Primeiro Homem de um mundo sùbitamente acontecido.»

2 comentários:

Seve disse...

Mas eles "andem" aí...

Sammy, o paquete disse...

A ocmeçar na rapaziada da direita, dita, democrática!...