O Tecido do Outono
António
Alçada Baptista
Capa:
Fernando Felgueiras
Editorial
Presença, Lisboa, Outubro 1999
Não é possível contar esta história sem
que, uma vez por outra, coisas como a solidão e a morte aflorem às linhas da
escrita, mas vou fazer o possível para escrever tudo isso sem solenidade. É
que, a certa altura, a vida é outra e o próprio passado não é bem aquilo que a
gente viveu, porque, em cada tempo, há uma forma de olhar, e aquilo que vivemos
não está no mundo, está na maneira como olhámos para ele.
É no Outono que a gente é capaz de
reparar que a vida não é banal não obstante o nosso quotidiano ter sido uma
banalidade atroz. Acredito que é possível descobrir pedaços de luz no meio de
tudo isso. São coisas destas que me levam à convicção de que a vida para que
fomos feitos não é, de modo nenhum, aquela que andámos a viver.
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