Caminhava pela
Avenida de Paris.
À minha frente, uma
mulher pergunta a um jovem se lhe sabia dizer onde poderia encontrar uma
estação dos Correios.
O jovem sorriu para a
mulher, mas mostrou uma cara onde se poderia ler que não sabia do que lhe
estavam a falar.
Sim, os telemóveis são
uma invenção preciosíssima mas
estão a matar, principalmente entre os jovens, um certo mundo que hoje apenas
se rodeia de melancolia.
Uma estação de
correios.
Lá muito para trás:
O carteiro da minha rua a desejar-me um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.
O jovem não sabia da
estação de correios, eu não sei de Whatsapp.
Cada um carregando as
suas ignorâncias quotidianas, mundos trocados.
Ou como saber que nunca
lemos um livro da mesma maneira: a idade em que foi lido, o desconhecimento de
coisas que então tínhamos, as ilusões que se perderam.
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