Fujo de limpar o pó no espaço onde tenho livros, discos, bonecada, fotografias, jornais, revistas, dossiers, recortes, a aparelhagem de som, o gira-discos, o computador onde escrevo. Limpo o pó mas daí a pouco o pó está lá outra vez. Digo isso à Aida, ela noutras partes da casa, queixa-se do mesmo.
Há dias, em viagem
pelos blogues do costume, encontrei no BichoRuim, fornecida pelo Rui Manuel Amaral, uma explicação para essa história
do pó que vai e vem.
Deixo-a aqui:
«Por mais que limpe o pó, o pó não desaparece. Acumula-se sobre os
móveis, os livros, o computador. Avança pelo corredor, entra no quarto,
instala-se na sala. Não dá tréguas. Se limpo agora, volta a aparecer daqui a
pouco. Ainda mais notório, ainda mais abundante. É como se a casa se revoltasse
contra a nossa presença. Como se nos quisesse ver pelas costas. Como se
fôssemos o pó que a casa quer limpar.»
1.
A última reunião na Infarmed, para balanço da evolução da
pandemia de Covid-19 em Portugal, terminou com António Costa a interromper abruptamente
a ministra Marta Temido quando esta falava sobre os efeitos do confinamento no
norte do país, lembrando que este tipo de discurso não é útil porque o país
nunca esteve em confinamento.
Não sei se terá sido pela Direcção Geral da Saúde ter metido
os pés pelas mãos na- quela história da noite de São João no Porto, que
provocou a chacota do presidente da câmara do Porto, não sei, mas, fosse o que
fosse, a atitude de Costa foi de uma deselegância incompreensível
O episódio mostra que os tempos não estão nada fáceis e nada
está tão bem como se vai dizendo.
Está tudo a correr muito mal: presidente da república,
governo, deputados, Benfica. Com Junho em dias finais, voltamos aos primeiros
dias de Março, e para pior, porque já ninguém liga puto ao que nos dizem.
Já dizia o Jorge de Sena: «O nosso problema não é salvar Portugal, é salvarmo-nos de Portugal».
Daqui por 15 dias haverá outra reunião na Infarmed e até
esse dia há que acertar agulhas.
Com carácter de urgência!
2.
Estamos à beira da segunda vaga?
Ninguém tem a resposta mas vamos reparando que estamos à
beira de um desastre.
Será pessimismo?
3.
Na sequência de uma denúncia, a Guarda Nacional
Republicana pôs termo, esta quinta-feira, a uma festa com quatro dezenas de
pessoas numa moradia na Comporta.
O parque de campismo da Galé, no litoral alentejano, foi
encerrado na sequência do surto de covid-19 com origem numa festa de jovens que
infetou pelo menos 20 pessoas.
Três agentes da PSP foram agredidos na sexta-feira à
noite quando dispersavam um grupo de pessoas em Loures, durante uma acção de fiscalização
a um estabelecimento.
Entraram ontem em vigor a aplicação das contraordenações
por incumprimento das práticas sociais que visam conter a pandemia da covid-19.
Em comunicado, o ministério da Administração Interna
relembra que o valor das coimas varia entre os 100 e os 500 euros, para pessoas
singulares e, no caso das pessoas coletivas, situa-se entre os 1.000 e os 5.000
euros.
4.
A CMTV desconfia da EDP, está preocupada, mas o regulador
só pode actuar no âmbito das suas competências de obrigar à disponibilização da
informação e que não tem poderes para avaliar idoneidade dos administradores.
5.
Lia-se na 1ª página do Público de 19 de Junho.
Tem tudo a ver com o juramento de Hipócrates.
Mas a procissão ainda não saiu do adro.
6.
O número de casais em que ambos os cônjuges estão
desempregados aumentou pelo terceiro mês consecutivo e atingiu em Maio os 6.722
casos, uma subida de 1.207 casais face ao mesmo mês do ano passado, soube-se
também que 60% dos trabalhadores que ficaram desempregados tinham um vínculo
precário.
7.
Os Bombeiros profissionais vão ser aumentados 4 euros por
dia e passarão a ganhar 54 euros por dia.
8.
Marcelo Rebelo de Sousa repetiu que não vê problemas que um
membro do governo passasse a governador de Portugal, enquanto a Assembleia das
República vai cozinhando, em lume brando, uma lei que estabeleça um período de
nojo para esse tipo de situação e que não apanhará Mário Centeno, futuro governador
do banco de Portugal.
9.
O futebol é a
política nacional, nada há para além disso, escreveu o jornalista Fernando
Sobral no Público.
10.
José Tolentino Mendonça, a rever o filme Round Midnight, lembrou que o filme é
sobre o que pode fazer por nós a gentileza dos que nos amam, mesmo uma das
frases inesquecíveis do filme é que nos diz: «Não há suficiente gentileza no mundo.»
2 comentários:
Ó Sammy cuidado com este vírus...
Enviar um comentário