segunda-feira, 8 de junho de 2020

OLHAR AS CAPAS


As Armas de Papel
Publicações periódicas clandestinas e do exílio ligadas a
Movimentos radicais de esquerda cultural e política
                                 (1963-1974)

José Pacheco Pereira
Temas e Debates, Lisboa, Março de 2013

A matéria que aqui é estudada, mergulhando nos anos sessenta e setenta do século passado, é também autobiográfica. Conheci de experiência direta – de a escrever, de a fazer, de a imprimir, de a distribuir – a imprensa clandestina radical. O impulso da revolta, os riscos da ilegalidade, a vida escondida, as tensões subjetivas, morais e éticas desses anos, a política no sentido mais lato de ação cívica pelo bem comum têm a ver com dilemas que sempre estiveram associados à ação cívica pelo bem comum têm a ver com dilemas que sempre estiveram associados à ação e ao pensamento. Isso fica sempre. Porém, a linguagem, o estilo, a narrativa, a «política» no sentido restrito desses anos está morta e bem morta. É um mundo póstumo, a que nos aproximamos como das ruínas, com saberes de arqueólogo. As duas coisas, as «boas» e as «más» ajudaram-me a escrever este livro, e fazem parte da «empatia» weberiana sem a qual ninguém perde milhares de horas da sua vida a fazer uma coisa destas.

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