entrego-te as palavras
que entre meus dedos construí
para alimentar de ti os recantos da casa
invadindo o coração da noite
entrego-te as palavras com a redonda luz
as maçãs sobre a mesa e o rumor da água
rasgando o caminho da paixão
em horas que já não conseguimos sem ajuda recordar
mas que habitam a mais frágil memória de nós próprios
palavras jorrando dos meus olhos
invadindo-te o sono e tropeçando
nas esquinas das frases
que decoro ao longo dos veios da tua pele
que entre meus dedos construí
para alimentar de ti os recantos da casa
invadindo o coração da noite
entrego-te as palavras com a redonda luz
as maçãs sobre a mesa e o rumor da água
rasgando o caminho da paixão
em horas que já não conseguimos sem ajuda recordar
mas que habitam a mais frágil memória de nós próprios
palavras jorrando dos meus olhos
invadindo-te o sono e tropeçando
nas esquinas das frases
que decoro ao longo dos veios da tua pele
e a verdade é que nunca mais terei outra história
para além da que nos aconteceu
e que ficamos à espera de um dia perceber melhor
porque ninguém se prepara convenientemente
para a chegada do amor
e ele é sempre um convidado estranho
sentado em silêncio na penumbra da sala
olhando os quadros
o chão o tecto
como um velho parente da província
com medo de dizer o que não deve.
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