domingo, 21 de junho de 2020

OLHAR AS CAPAS


Pele Negra, Máscaras Brancas

Frantz Fanon
Prefácio: Francis Jeanson
Tradução: Alexandre Pomar
Paisagem, Porto s/d

                        Falo de milhões de homens a quem sabiamente
                        inculcaram o medo, o complexo de inferioridade,
                        o temor, a genuflexão, o desespero, o servilismo.
A.    Césaire, Discours sul le Colonialisme

A explosão não se dará hoje. É demasiado cedo… ou demasiado tarde.
Não venho armado de verdades decisivas.
A minha consciência não é atravessada por fulgurâncias essenciais.
No entanto, com toda a serenidade, penso que seria bom que algumas coisas fossem ditas.
Eu vou dizer, não gritar essas coisas. Porque há muito tempo que o grito saiu da minha vida.
E está tão longe…
Escrever este livro porquê? Ninguém mo pediu.
Sobretudo aqueles a quem ele se dirige.
Então? Então, calmamente, respondo que há demasiados imbecis neste mundo. E já que o digo, trata-se de o provar.
Para um novo humanismo…
A compreensão dos homens…
Os nossos irmãos de cor…
Eu acredito em ti, Homem…
O preconceito de raça…
Compreender e amar…
De todo o lado me assediam e se me tentam impor dezenas e centenas de páginas. No entanto uma só linha bastaria. Uma só resposta a fornecer e o problema negro despe-se da sua seriedade.
Que quer o homem.
Que quer o homem negro?

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