Pele Negra, Máscaras Brancas
Frantz Fanon
Prefácio: Francis
Jeanson
Tradução: Alexandre
Pomar
Paisagem, Porto s/d
Falo de milhões de
homens a quem sabiamente
inculcaram o medo, o
complexo de inferioridade,
o temor, a genuflexão,
o desespero, o servilismo.
A. Césaire, Discours sul le Colonialisme
A explosão não se dará hoje. É demasiado cedo… ou demasiado tarde.
Não venho armado de verdades decisivas.
A minha consciência não é atravessada por fulgurâncias essenciais.
No entanto, com toda a serenidade, penso que seria bom que algumas
coisas fossem ditas.
Eu vou dizer, não gritar essas coisas. Porque há muito tempo que o
grito saiu da minha vida.
E está tão longe…
Escrever este livro porquê? Ninguém mo pediu.
Sobretudo aqueles a quem ele se dirige.
Então? Então, calmamente, respondo que há demasiados imbecis neste
mundo. E já que o digo, trata-se de o provar.
Para um novo humanismo…
A compreensão dos homens…
Os nossos irmãos de cor…
Eu acredito em ti, Homem…
O preconceito de raça…
Compreender e amar…
De todo o lado me assediam e se me tentam impor dezenas e centenas de
páginas. No entanto uma só linha bastaria. Uma só resposta a fornecer e o
problema negro despe-se da sua seriedade.
Que quer o homem.
Que quer o homem negro?
Sem comentários:
Enviar um comentário