Há dias em conversa de comentário com o Luís Eme, outras
conversas, conversas mesmo, estão guardados para Setembro, mês de «rr mexilhão»,
falávamos da perda da memória.
Dizia o Luís:
- Mas é muito triste e miserável um país de
pessoas "sem memória"...
Adiantava ele:
- Tem dias em que acorda com o verso de um
poema, palavras de uma frase lida, antes de adormecer, de um dos livros
estacionados na mesa, dita, de cabeceira, uma música.
São dias bons, sorridentes, airosos.
Mas tem dias – e são muitos ultimamente - em que acorda com o trauma: e se perder a memória, memória já com tantas fragilidades?
São dias bons, sorridentes, airosos.
Mas tem dias – e são muitos ultimamente - em que acorda com o trauma: e se perder a memória, memória já com tantas fragilidades?
Fechada a conversa, ainda se lembrou:
Esse medo, depois acompanha-o pelo dia e vai assobiando, como as crianças assobiam quando atravessam uma rua escura.
Coisa tão cruel a memória, cruel porque está sempre no
horizonte, imediato ou não, o risco de a perdermos. Não nos lembramos do que
vamos esquecendo. Forçados a esquecer, manigâncias de um tirano-executor que
não vemos, nem sabemos quem é.
Legenda: imagem Focus
Sem comentários:
Enviar um comentário