segunda-feira, 3 de março de 2025

NOTÍCIAS DO CIRCO


Luís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal, virou Calimero.

É um primeiro-ministro precário, como se pode ler no editorial do Público.

Se o governo cair, a culpa apenas poder ser assacada a Luís Montenegro.

O Partido Comunista apresentou uma moção de censura.

O Partido Socialista vai avançar com uma comissão de inquérito obrigatória à empresa familiar de Luís Montenegro e ameaça com moção de censura e Pedro Nuno Santos vai pedir audiência ao Presidente da República para justificar a iniciativa do PS.

A Ordem dos Advogados também vai averiguar as suspeitas de violação da lei dos actos próprios da advocacia por parte da empresa propriedade da família do primeiro-ministro.

A Procuradoria Geral da República recebeu denúncia anónima e vai analisar se há alguma ilegalidade relacionada com os negócios da empresa familiar de Luís Montenegro
O constitucionalista Reis Novais defende existir, no mínimo, violação de obrigação de exclusividade pelo primeiro ministro, e que este deveria ser, em última análise, demitido pelo PR ou destituído pelos tribunais.

Depois de tudo isto, provavelmente mais algumas coisas, o gabinete do primeiro ministro revela que o primeiro-ministro vai pedir à Entidade que faça uma auditoria.

Apesar das críticas dos partidos ao silêncio do Presidente da República sobre a polémica em torno do primeiro-ministro, Belém remete para depois do desfecho parlamentar comentários sobre a crise política.

Amílcar Correia no editorial do Público:

«Há duas qualidades que o primeiro-ministro não tem demonstrado: transparência e clareza. Luís Montenegro geriu este caso da sua empresa familiar com a intenção de ocultar o que deveria ter sido esclarecido e de desocultar o que não importava. A estratégia de resposta foi tardia e esquiva. O primeiro-ministro acha sempre que a gestão do silêncio é a melhor gestão possível, porque os problemas se esfumam sem precisar de responder. Mas, neste caso, não o foi.»

Chegámos a isto!

Os canais televisivos rejubilam e os comentadores amontoam-se em horas seguidas a debitar as mesmas coisas que se reduzem a nada.

É a vida, como um dia disse o engenheiro.

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