sexta-feira, 6 de outubro de 2023

NOTÍCIAS DO CIRCO


Com o país mergulhado numa crise infernal:  falta paz, pão, habitação, saúde, educação, como cantava o Sérgio, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, não encontrou nada melhor, para enchouriçar o seu discurso de ontem, do que  determinar e mandar publicar que Lisboa irá fazer uma enorme e festiva comemoração sobre o 25 de Novembro.

E mistérios dos mistérios, os direitistas, nestes quase 50 anos, nunca organizaram qualquer manifestação comemorativa do 25 de Novembro, não por seguirem o exacto  grito lançado por  Maria Velho da Costa,  «ESTE DIA NÃO!, mas simplesmente porque  lhes faltam dedinhos para a fraca guitarra que possuem.

No Público de 26 de Novembro de 2000,  Adelino Gomes perguntava:

Quem desencadeou o 25 de Novembro? Quem deu ordem aos páras para ocuparem quatro bases aéreas? Otelo traíu os seus homens ou evitou a Guerra Civil? O PCP de que lado(s) esteve? Até onde chegavam as ligações aos MDLP? Quantos grupos funcionaram dentro do Grupo dos Nove? Qual foi a mais decisiva: a Região Militar do Norte (MN) ou a Região Militar de Lisboa (RML)?; o Posto Avançado da Amadora, comandado pelo então tenente-coronel Ramalho Eanes, ou o Posto de Comando Principal, montado em Belém, e onde ficaram o Presidente Costa Gomes e o comandante da RML e Conselheuro da Revolução, vasco Lourenço? Quantos 25 de Novembro houve naquele dia?

O 25 de Novembro existiu?

2 comentários:

Anónimo disse...

O 25 de Abril foi um enorme alívio para quem não era fascista, mas o espectro do terror foi rapidamente substituído pelos comunistas, e na verdade também o 25 de Novembro parecia um dia a comemorar, mas é uma ilusão, bem posicionados nas universidades, na administração pública, nas redes sociais e nos arquivos essa gente tem um controlo Orweliano, não há nada a comemorar

SAmmy, o paquete disse...

Nos quase 50 anos do 25 de Novembro, nunca vi um qualquer ajuntamento-manifestante que levasse as pessoas à rua para comemorar a data. Nem se conhece qualquer proibição de manifestação. E estamos lembrados que nesse episódio da nossa história tiveram presenças actuantes personalidades como Mário Soares, Ramalho Eanes, Melo Antunes, Costa Gomes, Vasco Lourenço, diversos militares do «Grupo dos Nove» e demais gentes.
O 25 de Abril é uma data, o 28 de Setembro, o 11 de Março, o 25 de Novembro, são episódios duma História que ainda não foi, por motivos diversos, devidamente, estudada, analisada e clarificada.
Como em 2015 disse Ramalho Eanes:
«O 25 de Novembro foi um momento fracturante e eu entendo que os momentos fracturantes não se comemoram; recordam-se e recordam-se apenas para reflectir sobre eles.»