Ontem começou a campanha para as eleições de 10 de Março.
Antes tivemos
uma pré-campanha que resultou num carrossel de debates televisivos.
Se já se
contabilizava um número, que varia entre os 16% e os 19% de indecisos que não
sabem em quem votar, depois do que ouviram, tão pouco saberão se querem votar.
Os pré-debates
apenas serviram para as televisões encherem chouriços.
Os debates davam
15 minutos a cada candidato e as televisões até às tantas davam pontuações e
sentaram nas cadeiras uma série de comentadores, a esmagadora maioria gente das
direitas, a falar de inocuidades.
Os temas dos debates nunca incluíram a cultura, a justiça, e extraordinariamente, a guerra na Ucrânia, a guerra no Médio-Oriente, como se estas guerras não nos digam respeito, não digam respeito a todas as vidas dos habitantes de todos os países do mundo.
1.
Diz o Expresso:
«Militares em “efervescência” ameaçam sair à rua se
polícias tiverem aumentos. Os sargentos admitem ir para a rua se Governo
mexer nos subsídios das polícias e esquecer a tropa.»
2.
Luís Montenegro prometeu em Vila Real, um dos distritos mais envelhecidos do país e muito dependente da agricultura, mais atenção para o setor primário e para o despovoamento. No teatro municipal, onde encerrou o primeiro dia de campanha eleitoral, comprometeu-se ainda a não cortar as pensões.
3.
Pedro Passos
Coelho estará esta noite num comício da AD em Faro.
A informação foi transmitida por Luís Montenegro aos jornalistas.
4.
Os lucros agregados dos quatro maiores
bancos privados a operar em Portugal somaram 3.153 milhões de euros
em 2023, num aumento de 81,9% face a 2022, segundo contas da Lusa.
Assim, a soma dos resultados líquidos destes bancos foi superior à registada no final de 2022 em 1.419,5 milhões de euros, continuando a ser impulsionados pelo aumento das taxas de juro nos créditos.
5.
O jornalista Fernando Alves vai receber a
Medalha de Mérito Cultural, atribuída pelo Governo português, em reconhecimento
pelo "papel crucial na promoção e divulgação da cultura e da literatura em
língua portuguesa", anunciou o
Ministério da Cultura.
A medalha, que reconhece o "inestimável
trabalho" do jornalista, numa vida "dedicada à rádio", será
entregue pelo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.
Fernando Alves, 69 anos, autor do programa
"Tão perto, tão longe", da Antena 1, soma mais de 50 de trabalho em
rádio.
"Porque é que
a Cultura vai sempre no fim dos noticiários? Porquê?", interrogava-se
Fernando Alves, em entrevista ao jornal Público, reconhecendo o anúncio do
Nobel da Literatura como uma das poucas exceções.
«Abrem os
noticiários às vezes com banalidades completamente patéticas, uma coisa que um
político disse na véspera e que já foi dita 20 mil vezes. Tens ali um tipo a
descobrir pólvora de outro calibre e fica [a Cultura] para o fim? É a velha
paginação do antes do 25 de Abril: Presidente da República, Governo,
Estrangeiro, Desporto, e Cultura nem conta. Porque é que estamos prisioneiros
dessa arrumação?»
6.
«Quem tem hoje entre 18 e 20 anos e vai votar pela primeira vez a 10 de
Março só conhece, por experiência própria, um país governado por António Costa
e pelo Partido Socialista. Não tem memória de governos anteriores, muito menos
do que foi a construção da democracia e ainda menos do que era um país onde ela
não existia. Não viveu o processo de integração na União Europeia (UE) e o
desenvolvimento do Estado social como hoje o conhecemos.
Os alertas dos jovens que votam pela primeira vez
Muitas das suas causas são frequentemente menorizadas — é o que muitos sentem,
como se lê no trabalho que hoje publicamos. Quantos às preocupações que não são
de hoje, a habitação, a falta de oportunidades, querem mudanças. Por isso, valorizam
o que é novidade, e essa, dizem os especialistas, é a explicação para que as
sondagens nos mostrem uma relação entre ser jovem e intenção de voto em “partidos
novos”, como o Chega, o PAN, o Livre, a IL.
Do editorial do Público de hoje.
7.
Palavras de José Saramago em Novembro de 2009:
«A extrema-direita está aí à espera à porta, e quando digo extrema-direita é uma palavra que não é para disfarçar, porque não quero disfarçar, mas repugna-nos dizer fascismo… Está aí, à espera à porta. Apenas estão a aguardar por uma oportunidade. A Itália é um caso claríssimo em que o fascismo já está no poder. Por isso, o que quero com os meus livros é desassossegar, desassossegar, desassossegar o espírito do leitor e não deixar que durma, despertá-lo. Pôr-lhe a mão no ombro e dizer-lhe: homem, mulher, rapaz, rapariga, desperta. Porque o mal está aí à espera, e depois não digam que não sabiam, que não tinham dado conta.»
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