Henda Xala
Abílio Teixeira Mendes
Prefácio Vítor Alves
Capa: José Teófilo Duarte
Círculo de Leitores, Lisboa,
Outubro de 1992
De dentro do carro vinha a voz do Zezito:
- Vam’bora doutor! Tem uns mufetes na casa do Mário. A velha dele é
quintadeira e trouxe peixe mesmo fresco. Deixe essa assanhada porque mufete não
se pode comer frio.
E arrancaram para a estrada do Catete, perseguidos pelos xingos da
miúda.
Ai, noite de adeus! Ai,
momentos em que o amor já sabe a solidão! Lábios que se encontram, violentos, a
procurar reter. Corpos que se unem, desesperados, no medo de perder-se.
Lágrimas que não saem, «Escreves todos os dias?» Sorrisos que mentem,
«Escrevo!» Silêncio dorido de olhos que se procuram, ansiosos.
Que pare o tempo!
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