JOÃO CÉSAR MONTEIRO
pref. Vitor
Silva Tavares
capa do
pintor João Vieira
ilust. João Rodrigues
Lisboa,
Novembro de 1974
& etc
(co-ed. Editora Arcádia, S.A.R.L.
1.ª edição
17,5 cm x
15,5 cm
224 págs. + 1
folha em extra-texto
capa impressa
a negro no verso de cartolina de dupla face, com sobrecapa em papel kraft impresso
a duas cores directas
corte fumado
a negro
exemplar
muito estimado; miolo irrepreensível
PEÇA DE
COLECÇÃO
180,00 euros (IVA e
portes incluídos)
Ao ler este anúncio de venda,
na Loja Frenesi, deste livro do João César Monteiro, sorri.
Era um tempo em que visitava
as livrarias, que existiam no Chiado: a Bertrand, a Portugal, a Lello, a Sá da Costa, uma,
duas vezes por semana. Mais ou menos sabia, atempadamente, os livros que iam
saindo.
Tempos felizes. Foi assim que cacei este livro do César Monteiro.
«Amanhã, sai entrevista no «Phnom-Penh Post» a dizer bem de todos os
cineastas portugueses inclusive dos que não sabem ligar dois planos. Não que
aqui dêem qualquer importância a isso, como é óbvio, mas apenas para que o meu
eventual, e já saudoso regresso à Pátria seja festejado como eventual. Se
alguém, por acaso, souber de um
empregozinho modesto e que não dê muito trabalho (melhor seria não dar nenhum),
é favor avisar a redacção deste jornal.
Estou encantado com o Phnom-Penh Post». Em primeiro lugar porque me pagaram
logo a entrevista e, a seguir, não tive, como no nosso país, de fazer à borla o
trabalho do jornalista. De qualquer forma, vou ter de cavar rapidamente daqui,
se não o conseguir, paz à minha alma.!
Prevendo o funesto desfecho, peço ao V.S.T. que mande rezar algumas
missas pela boa encomendação da minha alma. Não muitas, para que não pareça
ostentação: só quero a Missa de Notre Dame do Machaut, a Missa de Beata Virgine
do Josquin, a Missa em Si bemol do J.S. Bach e a Missa em Dó menor K.427 (com o
incarnatus est» cantado pela Stich-Randall) ou o Requiem K. 626, na gravação do
Bruno Wlter, ambas do Wolfgang Amadeus.
O meu mal cheirosos espólio dever ser doado à Fundação Gulbenkian.
Para o Centro Português de cinema, raspas. Nem um chavo!. O mapa do tesouro vai
inteirinho para os amores. Santas criaturas!»
João César Monteiro em Os Que Vão Morrer Saúdam-te, págs.70,71
Nota do Editor – Claro que a minha 1ª edição deste livro do César Monteiro não valerá os tais 180 euros. Porque o exemplar, tantas e tantas e tantas vezes, lido e relid), não está muito estimado, tão pouco, tão pouco possui o miolo irrepreensível tantas e tantas e tantas são as anotações, os sublinhados a lápis.
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