quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

VIAGENS POR ABRIL


                 Este não é o dia seguinte do dia que foi ontem.

                 João Bénard da Costa

Será um desfilar de histórias, de opiniões, de livros, de discos, poemas, canções, fotografias, figuras e figurões, que irão aparecendo sem obedecer a qualquer especificação do dia, mês, ano em que aconteceram.

As Viagens por Abril, hoje, rodam em volta de Maria Lamas, das mulheres.

Maria Lamas,  jornalista e escritora, pedagoga e investigadora, tradutora e fotógrafa, lutadora pelos direitos humanos e cívicos em tempos de ditadura, foi porventura a mais notável mulher portuguesa no século XX. Enquanto perdura uma certa memória da sua afirmação e ação políticas durante o Estado Novo (anos 1930–1960, que a levou à prisão em 1949, 1951 e 1953) e do seu exílio em Paris (1962–1969), a sua obra literária e jornalística está praticamente esquecida. Muito poucos dos seus livros – mais de uma vintena de obras entre poesia, ficção, literatura infantil, antropologia social, tradução – se encontram disponíveis no mercado.

Na Fundação Calouste Gulbenkian, até  28  de Maio está patente uma exposição, com  curadoria de Jorge Calado,  que mostra pela primeira vez a obra fotográfica de Maria Lamas.

No topo do texto uma fotografia de Maria Lama.

Durante a ditadura, sabemos que elas também estiveram nas prisões e mesmo não indo à guerra colonial, esperaram pelos pais, irmãos, maridos, namorados.

Salazar desprezou completamente as mulheres.

Em 1936 discursivamente bolsou:

«O trabalho das mulheres fora de casa não deve ser incentivado. Uma boa dona de casa tem sempre muito que fazer».

Maria Velho da Costa sempre lutou para que as mulheres sempre lutassem para alterar a sua vida quase brutal:

«Elas são quatro milhões, o dia nasce, elas acendem o lume. Elas cortam o pão e aquecem o café».

Isabel do Carmo:

«Se metade da humanidade são mulheres por que é que o Poder há-de ser exercitado pela outra metade?»

Sófocles:

«Quando uma mulher está em condições de igualdade cm um homem, torna-se superior».

Fátima Rolo Duarte:

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