Este não é o dia seguinte do dia que
foi ontem.
João Bénard da Costa
Será um desfilar de histórias, de opiniões, de livros, de discos, poemas, canções, fotografias, figuras e figurões, que irão aparecendo sem obedecer a qualquer especificação do dia, mês, ano em que aconteceram.
As Viagens por Abril, hoje,
rodam em volta de Maria Lamas, das mulheres.
Maria Lamas, jornalista e escritora, pedagoga e
investigadora, tradutora e fotógrafa, lutadora pelos direitos humanos e cívicos
em tempos de ditadura, foi porventura a mais notável mulher portuguesa no
século XX. Enquanto perdura uma certa memória da sua afirmação e ação políticas
durante o Estado Novo (anos 1930–1960, que a levou à prisão em 1949, 1951 e
1953) e do seu exílio em Paris (1962–1969), a sua obra literária e jornalística
está praticamente esquecida. Muito poucos dos seus livros – mais de uma vintena
de obras entre poesia, ficção, literatura infantil, antropologia social,
tradução – se encontram disponíveis no mercado.
Na Fundação Calouste
Gulbenkian, até 28 de Maio está patente uma exposição, com curadoria de Jorge Calado, que mostra pela primeira vez a obra
fotográfica de Maria Lamas.
No topo do texto uma fotografia de Maria Lama.
Durante a ditadura, sabemos
que elas também estiveram nas prisões e mesmo não indo à guerra colonial,
esperaram pelos pais, irmãos, maridos, namorados.
Salazar desprezou
completamente as mulheres.
Em 1936 discursivamente
bolsou:
«O trabalho das mulheres fora
de casa não deve ser incentivado. Uma boa dona de casa tem sempre muito que
fazer».
Maria Velho da Costa sempre
lutou para que as mulheres sempre lutassem para alterar a sua vida quase
brutal:
«Elas são quatro milhões, o
dia nasce, elas acendem o lume. Elas cortam o pão e aquecem o café».
Isabel do Carmo:
«Se metade da humanidade são
mulheres por que é que o Poder há-de ser exercitado pela outra metade?»
Sófocles:
«Quando uma mulher está em condições de igualdade cm um homem, torna-se superior».
Fátima Rolo Duarte:
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