Em Outubro de 1965,
com a cumplicidade do Carvalho, trabalhador da então Livraria Clássica Editora,
nos Restauradores, no edifício onde era o Cinema Eden, adquiri a «Antologia de
Poesia Portuguesa do Pás Guerra», organizada por Afonso Cautela e Serafim
Ferreira, publicada pela Ulisseia na altura dirigida por Vitor Silva Tavares.
Um ou dois dias
depois, a PIDE realizou um raid pelas livrarias e colocou a Antologia «fora do
mercado».
O passar dos olhos
pelos poemas da Antologia deu para verificar que o meu conhecimento da moderna
poesia portuguesa era um verdadeiro escândalo.
Pedi ajuda para colmatar
as lacunas e aconselharam-me, para começo, comprar ou ler, todos os volumes da
«Colecção Poetas de Hoje», então editados pela Portugália Editora.
Assim fiz e aos
poucos fui conhecendo José Gomes Ferreira, António Reis, Reinaldo Ferreira,
Eugénio de Andrade, José Saramago, Egito Gonçalves, Carlos de Oliveira, Mário
Dionísio, Manuel da Fonseca, outros tantos e até dois poetas brasileiros:
Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto.
Foi deste modo que
fui desaguando no fértil mar da Poesia Portuguesa.
As escolas por onde
andei, nada me tinham dito e não lembro que algum professor de Português
tivesse referido, tirando os que poetas que estavam nas selectas impostas pela
ditadura, um destes nomes atrás citados.
Hoje, fiquei a saber
que Maria do Rosário Pedreira se tornou cronista dominical do Diário de Notícias e que passa a colocar
no seu blogue Horas Extraordinárias
essa dita crónica.
A crónica intitulou-a
Poesia & Cifrões e retive a parte
final:
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