quinta-feira, 4 de outubro de 2018

ADEUS, FUTURO


Em Outubro de 1965, com a cumplicidade do Carvalho, trabalhador da então Livraria Clássica Editora, nos Restauradores, no edifício onde era o Cinema Eden, adquiri a «Antologia de Poesia Portuguesa do Pás Guerra», organizada por Afonso Cautela e Serafim Ferreira, publicada pela Ulisseia na altura dirigida por Vitor Silva Tavares.

Um ou dois dias depois, a PIDE realizou um raid pelas livrarias e colocou a Antologia «fora do mercado».

O passar dos olhos pelos poemas da Antologia deu para verificar que o meu conhecimento da moderna poesia portuguesa era um verdadeiro escândalo.

Pedi ajuda para colmatar as lacunas e aconselharam-me, para começo, comprar ou ler, todos os volumes da «Colecção Poetas de Hoje», então editados pela Portugália Editora.

Assim fiz e aos poucos fui conhecendo José Gomes Ferreira, António Reis, Reinaldo Ferreira, Eugénio de Andrade, José Saramago, Egito Gonçalves, Carlos de Oliveira, Mário Dionísio, Manuel da Fonseca, outros tantos e até dois poetas brasileiros: Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto.

Foi deste modo que fui desaguando no fértil mar da Poesia Portuguesa.

As escolas por onde andei, nada me tinham dito e não lembro que algum professor de Português tivesse referido, tirando os que poetas que estavam nas selectas impostas pela ditadura, um destes nomes atrás citados.

Hoje, fiquei a saber que Maria do Rosário Pedreira se tornou cronista dominical do Diário de Notícias e que passa a colocar no seu blogue Horas Extraordinárias essa dita crónica.

A crónica intitulou-a Poesia & Cifrões e retive a parte final:

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