No dia 19 de Janeiro
de 1948, Cesare Pavese, coloca no seu Diário:
«Comprei uma nova caneta de
tinta permanente.»
A 10 de Fevereiro,
constipado e com febre, começa outra vez a fumar. Engasga-se com o fumo. E
escreve:
«Encontrarei um sucedâmeo»
Estamos a umas 50 páginas
do fim do livro, desse dia 18 de Agosto de 1950 em que decide:
«Não escreverei mais.»
Suicida-se a 26 de
Agosto.
Francisco
Duarte Mangas escreveu um poema dedicado a Cesare Pavese:
«Virá a Morte e Terá
os Teus Olhos:
onde se derramou o sangue.
Todos nós fugimos
todos nós largámos
a arma e o nome. Uma mulher
olhava para nós quando fugíamos.
De nós só um
parou de punho cerrado,
olhou para o céu vazio,
inclinou a cabeça e morreu
contra o muro, em silêncio.
Agora é um trapo de sangue
e um nome. Uma mulher
espera-nos nas colinas.»
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