Estava a passar os
olhos por um texto de Camille Paglia, publicado na revista Ler, quando os olhos descansaram nesta frase:
«A primeira personagem feminina e militante mais influente dessa época
foi, provavelmente, Ursula Andress no papel de Honey Rider, uma caçadora de
búzios de temperamento agressivo, no primeiro filme de James Bond, O Agente
Secreto 007, de 1962, em que ela sai do mar num deslumbrante biquíni branco e
com uma faca presa à anca».
É de facto, uma cena
fascinante e arriscaria a dizer que o sucesso futuro das fitas de Bond, o
agente secreto 007 de Sua Majestade com ordem para matar, tem algo a ver com
essa cena.
My Name is Bond, James
Bond.
Bond como o seu
criador, Ian Fleming, gostava de dizer:
«Detesto porções
pequenas de tudo quanto é bom.»
Durante alguns anos fui
um espectador das fitas de Bond, nunca um seguidor incondicional , acabando por
desligar-me quando Sean Connery deixou de o interpretar.
Ian Fleming teria preferido David Niven em vez
de Connery.
Enfim…
Há uns anos, os críticos andaram a tecer umas loas sobre o estupendo desempenho de Daniel Craig em Casino Royale e eu embarquei.
Foi o meu último Bond.
Não desgostei.
O filme tem todos os ingredientes habituais; cenas de
pancadaria, aquelas perseguições malucas
em carros descapotáveis, a engenharia bélica e electrónica com que ele se vai
safando dos inúmeros perigos e
armadilhas e uma longa sequência de um jogo de poker, que acho muito
bem esgalhada, mesmo não percebendo patavina
do jogo.
Há também uma sempre excelente Judi Dench a fazer de “M”, a superior
hierárquica de Bond, e a dizer, para quem a quer ouvir, de que tem
«saudades da Guerra Fria», tal como
Victor da Cunha Rego disse que um
dia ainda haveríamos de lamentar o fim
da União Soviética, porque é sempre bom ter um inimigo e à falta dele o mundo tornou-se mais perigoso.
Um pormenor de diálogo do filme:
James Bond – Você
não faz o meu género.
Vesper Lynd – Por
ser inteligente?
James Bond – Por ser solteira!
A última imagem do filme é uma assombrosa mansão nas
margens do Lago Cuomo.
Claro que os filmes de Bond devem muito a Sean Connerey,
às Bong girls e às canções, que ficaram para a história, de alguns dos filmes.
O primeiro filme,
Doctor No, não tem canção mas apenas aquele lance de jazz que ficou conhecido
como James Bond Theme.
Tenho um velho Cd que
reúne as melhores canções dos filmes de James Bond que ficaram para a história
e cito estas:
From Russia With Love – Matt Munro
Goldfinger – Shirley Bassey
We Have All The Time
in The Word – Louis Armastrog
Thunderball – Tom Jones
Diamonds Are Forever – Shirley Bassey
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