domingo, 26 de abril de 2020

DIÁRIO DOS DIAS DIFÍCEIS


E se todos os sacrifícios por que vamos passando não servirem para nada?

Cumpro as regras que me impõem mas se, por um segundo apenas, uma leve distracção o sacana do vírus me entra porta dentro?

Cada doente de Covid-19 transmite a infecção a outra pessoa. Este risco tem vindo a aumentar, disse, hoje, a senhora ministra.

Os investigadores científicos são de opinião de que o governo faz mal em precipitar-se nas aberturas que, mesmo por etapas, quer começar a pôr em prática quando chegar Maio.

Mas esses sábios não têm tido reuniões com o governo, com o presidente da república?

Falam de uma segunda vaga que, depois desta, aparecerá.

Continuam a dizer que até existir uma vacina, não vamos poder dormir descansados.

A GNR notificou padre que celebrou missa com fieis na igreja de Castelo de Paiva.

Mas os que têm necessidade de deus, apenas sabem do terrível silêncio que lhes é oferecido.

Os restantes prosseguem a estrada, tirando obstáculos da frente, inventando saídas, soluções.

Eu sou tão pessimista que acho que a humanidade não tem remédio. Vamos de desastre em desastre e não aprendemos com os erros,
escreveu José Saramago.

Os meus dias são, continuarão a ser, um mar de incertezas.


Estou tão confuso, tão sem ideias, que, para a música de hoje, não encontrei melhor que Carl Orff.



1.


A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros revelou que o sector sofreu uma quebra de cerca de 80% nas vendas devido à pandemia de covid-19, situando-se o prejuízo em mais de 20 milhões de euros.

2.

A maior empresa de entretenimento do mundo, mantém encerrados os parques temáticos, com centenas de hotéis, lojas e restaurantes, à excepção de Xangai.
Os parques temáticos da Disneyland e Disney World, encerrados há várias semanas devido à pandemia da covid-19 e sem data prevista para reabrir, suspenderam contratos a 100 mil trabalhadores, mais de metade da sua força de trabalho.

3.

Em alguns sites da imprensa portuguesa passou a existir esta mensagem:

«Olá, para continuar a ler os nossos conteúdos registe-se no NÓNIO.»

Não sei o que é o Nónio, nem quero saber.

Só quero saber do Nónio inventado pelo matemático português Pedro Nunes.

Claro que não me registo.

É o primeiro passo para me baterem à porta para tentarem vender-me um aspirador.

Chega de aldrabices!

Agora também passei a ler:


A Worten contribui para que esta informação, essencial para o conhecimento público, seja de leitura aberta e gratuita para todos.

4.

Os negros números:

Portugal regista 903 óbitos.

Os Estados Unidos continuam a ser o país do mundo a registar o mais elevado número de mortos: 53.511 pessoas. Nova Iorque ultrapassou 0s 22.000 mortos.
A Grã-Bretanha ultrapassou 0s 20.000 mortos.

Itália: 26.644 mortos
Espanha: 23.190 mortos
França: 22.856 mortos
Grã-Bretanha: 20.732 mortos

Em todo o mundo já morreram 205.724 pessoas.

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