Hoje, entro
num outro capítulo das minhas pinturas.
É um outro
livro, diferente daquele de que há dias aqui falei.
Trata-se de
um livro com muitos postais para colorir e que se podiam retirar.
Alguns
ofereci-os a amigos e familiares.
Tomar conta da
minha mãezinha, era uma tarefa dura, apesar da preciosa ajuda que recebi de
duas vizinhas: a Wanda e a Alice.
Sem essa
ajuda, tudo teria sido mais difícil ainda.
Essa tarefa tinha
pontos mortos em que me dedicava à pintura e a colecionar frases, anúncios,
bocados de histórias que fui guardando em cadernos.
Irei
colocando postais e, ao mesmo tempo, alguns dos pedacinhos que fui coleccionando.
O de hoje é o
anúncio de um livro de Paul Auster: «Pensei que o Meu Pai era Deus»
«Uma extraordinária colecção de
histórias onde palpita o coração mais profundo da América.
Tudo começou com uma proposta invulgar:
Auster convidou os ouvintes de uma estação de rádio a participar no programa
contando uma história verdadeira. A resposta foi avassaladora: mais de quatro
mil relatos, a partir dos quais Paul Auster seleccionou e editou as histórias
que compõem o presente volume. Pessoas de todas as idades e proveniências
partilham assim episódios que marcaram as suas vidas. São narrativas
divertidas, tristes, misteriosas, fantásticas, irónicas e de épocas distintas,
mas que têm em comum o facto de reflectirem inequivocamente o que vai na alma
da sociedade americana, formando o seu todo um verdadeiro museu da realidade do
país.»
Fica também a
história que dá o nome ao livro, da autoria do americano Robert Winnie:
«Normalmente
era a minha mãe que aparecia, mas neste caso, foi o meu pai. Ninguém gostava
muito de Mr. Bernhauser, mas o meu pai dedicava-lhe um ódio muito especial
porque ele ficava com todos os brinquedos e bolas que fossem parar ao seu
quintal. De maneira que, um dia Mr. Bernhauser desatou a gritar connosco para
nunca mais tocarmos na sua querida ameixeira e vai o meu pai pergunta-lhe qual
era o problema. Mr. Bernhauser respirou fundo e lançou-se numa diatribe sobre
miúdos ladrões, delinquentes, ladrões de fruta e monstros em geral. Imagino que
o meu pai já estava farto do vizinho, pois gritou-lhe que fosse morrer longe – de
preferência longe, acrescentou, mas também podia ser ali. Mr. Bernhauser parou
de gritar, olhou para o meu pai, ficou vermelho que nem um pimento, depois
roxo, agarrou-se ao peito, de roxo passou a cinzento e, lentamente, afundou-se
no chão do quintal. Pensei que o meu pai era Deus.»
Este postal
foi pintado no dia 26 de Janeiro de 2018.
A canção que
escolhi é uma velha canção que comecei a ouvir quando tinha 16 anos: Al di
La pela Connie Francis.
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