quarta-feira, 15 de abril de 2020

PARA ALÉM DO ARCO-ÍRIS


Hoje, entro num outro capítulo das minhas pinturas.

É um outro livro, diferente daquele de que há dias aqui falei.

Trata-se de um livro com muitos postais para colorir e que se podiam retirar.

Alguns ofereci-os a amigos e familiares.

Tomar conta da minha mãezinha, era uma tarefa dura, apesar da preciosa ajuda que recebi de duas vizinhas: a Wanda e a Alice.

Sem essa ajuda, tudo teria sido mais difícil ainda.

Essa tarefa tinha pontos mortos em que me dedicava à pintura e a colecionar frases, anúncios, bocados de histórias que fui guardando em cadernos.

Irei colocando postais e, ao mesmo tempo, alguns dos pedacinhos que fui coleccionando.

O de hoje é o anúncio de um livro de Paul Auster: «Pensei que o Meu Pai era Deus»

«Uma extraordinária colecção de histórias onde palpita o coração mais profundo da América.
Tudo começou com uma proposta invulgar: Auster convidou os ouvintes de uma estação de rádio a participar no programa contando uma história verdadeira. A resposta foi avassaladora: mais de quatro mil relatos, a partir dos quais Paul Auster seleccionou e editou as histórias que compõem o presente volume. Pessoas de todas as idades e proveniências partilham assim episódios que marcaram as suas vidas. São narrativas divertidas, tristes, misteriosas, fantásticas, irónicas e de épocas distintas, mas que têm em comum o facto de reflectirem inequivocamente o que vai na alma da sociedade americana, formando o seu todo um verdadeiro museu da realidade do país.»

Fica também a história que dá o nome ao livro, da autoria do americano Robert Winnie:

«Normalmente era a minha mãe que aparecia, mas neste caso, foi o meu pai. Ninguém gostava muito de Mr. Bernhauser, mas o meu pai dedicava-lhe um ódio muito especial porque ele ficava com todos os brinquedos e bolas que fossem parar ao seu quintal. De maneira que, um dia Mr. Bernhauser desatou a gritar connosco para nunca mais tocarmos na sua querida ameixeira e vai o meu pai pergunta-lhe qual era o problema. Mr. Bernhauser respirou fundo e lançou-se numa diatribe sobre miúdos ladrões, delinquentes, ladrões de fruta e monstros em geral. Imagino que o meu pai já estava farto do vizinho, pois gritou-lhe que fosse morrer longe – de preferência longe, acrescentou, mas também podia ser ali. Mr. Bernhauser parou de gritar, olhou para o meu pai, ficou vermelho que nem um pimento, depois roxo, agarrou-se ao peito, de roxo passou a cinzento e, lentamente, afundou-se no chão do quintal. Pensei que o meu pai era Deus.»

Este postal foi pintado no dia 26 de Janeiro de 2018.

A canção que escolhi é uma velha canção que comecei a ouvir quando tinha 16 anos: Al di La pela Connie Francis.

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