domingo, 12 de abril de 2020

ANTOLOGIA DO CAIS



Para assinalar os 10 anos do CAIS DO OLHAR, os fins-de-semana estão guardados para lembrar alguns textos que por aqui foram publicados.

COISAS EXTINTAS OU EM VIAS DE…

Uma em duas, duas em uma, como preferirem.

Carlos Paredes já há muito nos deixou, um homem do outro mundo, José Duarte dixit.

Nada passou a ser como era.

«Que saudades meu amigo
Das flores do teu jardim
Eu sentada num degrau
E tu esquecido de mim
Eram flores de fim de dia
Tinham gotas de luar
Que saudades meu amigo
Do teu jardim de encantar»

Y.K. Centeno

A TAP está em vias de, selvaticamente, deixar de ser nossa.

Só não se sabe quando.

Há uma boa dezena de anos, ou mais, disse-me o Hans-Martin, um amigo alemão, que de aviões e companhias de aviação percebe, que a TAP era das melhores companhias de aviação do mundo, só não disse que era a melhor porque, por difícil de validar, essas coisas não se dizem.


Por um aniversário, a TAP convidou Carlos Paredes para gravar um disco para ser distribuído pelos passageiros e feito da seguinte maneira: eu fiz dois temas dedicados exclusivamente à TAP - «Asas sobre o Mundo» e «Nas Asas do Saudade» - que depois misturei com outros já gravados, e fez-se um disco novo, um disco que eu tive o cuidado de relacionar com aspectos da vida nacional: as sua paisagens, etc.

José Duarte que o ouvia, acrescentou: «é a maneira de a tua música andar a voar por aí… »
Disse, então, Carlos Paredes, naquela humildade que se lhe conhecia:

«Tenho muita honra e devo à TAP imensos favores. Um deles é deixar levar no avião a guitarra junto a mim, porque se fosse para o porão podia sujeitar-se a ser furada…»


Texto publicado em 17 de Fevereiro de 2013.

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