Continuo com os murais que, após o 25 de
Abril, foram aparecendo nas ruas de Lisboa.
Sacuntala de Miranda, militante
anti-salazarista, exilada política em Londres, no seu livro «Memórias de um Peão nos Combates da Liberdade», lembra, o como era possível que tanta gente viesse para a rua,
naquele 1º de Maio, vitoriar o fim da ditadura, quando éramos tão poucos os que
tínhamos lutado para que o 25 de Abril viesse a acontecer.
Foi possível mesmo.
Passados os primeiros dias – não importa
quantos… - muita dessa gente, que calcorreou ruas, regressou à sombra dos dias,
marcando o aparecimento do camaleonismo.
Sim, porque, dizem os livros, o camaleão,
está na sua própria natureza, não muda de cor uma só vez.
Que é feito do sol que aquela madrugada
anunciava?
Como canção que então ouvíamos, escolhi «Canto Moço» de José Afonso, faixa 3 do
lado A de «Traz Outro Amigo Também», editado
em 1970, terceiro álbum de José Afonso.
Legenda: o título é tirado de um poema
de Egito
Gonçalves.
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