Poesias
Eroticas,
Burlescas e Satyricas
M.M. de Barbosa
du Bocage
Bruxellas, 1910
XIII
É pau, e rei dos paus, não marmeleiro,
Bem que duas gamboas lhe lombrigo;
Dá leite, sem ser arvore de figo,
Da glande o fructo tem, sem ser sobreiro:
Verga, e não quebra, como o zambujeiro;
Occo, qual sabugueiro tem o umbigo;
Brando às vezes, qual vime, está comsigo;
Outras vezes mais rijo que um pinheiro:
À roda da raiz produz carqueja:
Todo o resto do tronco é calvo e nu;
Nem cedro, nem pau-sancto mais negreja!
Para carualho ser falta-lhe um u;
Adivinhem agora que pau seja,
E quem adivinhar metta-o no cu.
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