sexta-feira, 1 de março de 2024

OLHAR AS CAPAS


 Poesias

Eroticas, Burlescas e Satyricas

M.M. de Barbosa du Bocage

Bruxellas, 1910


XIII


É pau, e rei dos paus, não marmeleiro,

Bem que duas gamboas lhe lombrigo;

Dá leite, sem ser arvore de figo,

Da glande o fructo tem, sem ser sobreiro:

 

Verga, e não quebra, como o zambujeiro;

Occo, qual sabugueiro tem o umbigo;

Brando às vezes, qual vime, está comsigo;

Outras vezes mais rijo que um pinheiro:

 

À roda da raiz produz carqueja:

Todo o resto do tronco é calvo e nu;

Nem cedro, nem pau-sancto mais negreja!

 

Para carualho ser falta-lhe um u;

Adivinhem agora que pau seja,

E quem adivinhar metta-o no cu.      

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