Somerset
Maugham colocou no seu romance O Mundo é Pequeno esta epígrafe:
«É, pois curta a vida do homem e
estreito o canto da terra onde ele vive.»
Não tem indicação de autor, e até poderá ser do próprio Somerset Maugham.
Não tem indicação de autor, e até poderá ser do próprio Somerset Maugham.
Os
governantes vão-nos dizendo que, aos poucos, podemos regressar aos nossos
quotidianos.
Mas há tantas
limitações!...
Não consigo
ver como se pode viver assim…
E há o medo…
sobretudo o medo…
O Jorge Silva
Melo, como só ele sabe escrever (o texto completo pode encontrá-lo em Coffeepaste), mostra-nos as dificuldades
que há nestas tentativa de viver… normalmente…
«Os teatros podem abrir daqui por uns
dias, sim.
Mas serão teatros?
Ou só umas fachadas a fingir que vivemos
“normalmente”?
Pode haver teatros se não há cidade? E a
cidade – que nestes últimos anos de cruzeiros à porta morria da desenfreada
especulação e se desertificava – não foi isso que morreu?
Pode haver cidade se não houver abraços?
Vivi a minha adolescência numa cidade –
Lisboa – onde era proibido beijarmo-nos na rua. E sonhava com Paris onde os “os
rapazes e raparigas da minha idade / caminhavam a dois e dois/ e sabiam o que
era ser feliz / e de olhos nos olhos, de mão na mão / não tinham medo do
amanhã”, tão linda a Françoise Hardy.
Pode haver rua, pode haver cidade, pode
haver teatro se tivermos – como temos – medo?»
1 comentário:
O Medo - realmente ele anda no ar que tentamos respirar!
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