cais navios guindastes gruas dragas rebocadores estivadores conferentes entrepostos mercadorias descarregadas outras para carregar contentores manifestos
de descarga de carga alfândega despachos carimbos verificadores burocracia espera puxam-se cordas correntes escadas de portaló roldanas metais lingadas mastros cordame sirenes vhf o rio que caminha para o mar a tarefa de conhecer o barco e o mar em que vamos cheiros gaivotas vozes gargalhadas insultos canoas fragatas quando as havia saudade qualquer pedaço de lisboa que percorra sente o rio o rio acompanha-o nunca soube desde quando um capitão de navio que lhe disse que amamos o mar porque ele não é convencional gosta do mar gosta de barcos gosta de marinheiros os melhores contadores de histórias do mundo gosta da azáfama dos cais guarda o mar dentro dele como fazem os búzios canção do mar gosta de gin gosta de cachimbos gosta de anúncios como este rotas velhas que já não se percorrem
de descarga de carga alfândega despachos carimbos verificadores burocracia espera puxam-se cordas correntes escadas de portaló roldanas metais lingadas mastros cordame sirenes vhf o rio que caminha para o mar a tarefa de conhecer o barco e o mar em que vamos cheiros gaivotas vozes gargalhadas insultos canoas fragatas quando as havia saudade qualquer pedaço de lisboa que percorra sente o rio o rio acompanha-o nunca soube desde quando um capitão de navio que lhe disse que amamos o mar porque ele não é convencional gosta do mar gosta de barcos gosta de marinheiros os melhores contadores de histórias do mundo gosta da azáfama dos cais guarda o mar dentro dele como fazem os búzios canção do mar gosta de gin gosta de cachimbos gosta de anúncios como este rotas velhas que já não se percorrem
2 comentários:
Tanto mar. :)
Anos e anos de trabalho no cais de Lisboa a olhar o Tejo, a olhar os navios, a olhar as pessoas, às quintas-feiras, a quem vinha da margem esquerda, vender o Avante, no Cais do Sodré, os finais de tarde no British-Bar onde encontrava o Armando Ventura Ferreira, o José Cardoso Pires, quando não lhe apetecia o silêncio do Bar Americano, o Eduardo Guerra Carneiro, o José Duarte-cinco-minutos-jazz, tanta gente, tanta gente, depois ir à Livraria Anglo-Americana, ao lado da Pastelaria Caneças que agora é uma boutique do pão, para dois dedos de conversa com o Eduardo Olímpio e encontrar o Romeu Correia, o Altino Tojal, malta nova que deixava ao Eduardo uns livros de poesia-edição-de-autor para ele tentar vender.
Sim, Luís, tanto mar, tanto mar, tanta gente que já não anda por aqui, o gosto em fazer o que fazia, e ainda, parafraseando o Sebastião da Gama, então a gente anda aqui tão feliz e no fim ainda nos dão dinheiro.
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